segunda-feira, 25 de março de 2013

desfiles SP Fashion Week



                      Alexandre Herchcovitch

O verão de 1998/99 de Alexandre Herchcovitch foi o ponto de partida para essa estação. Revendo o desfile (que você pode ver na nossa seçãoVídeos), uma coleção experimental, já com a sua identidade estética, da época em que ele tampava o rosto das modelos, dá para perceber facilmente as similaridades.
Herchcovitch revê algumas peças daquele verão, criadas a partir de faixas de 10 cm enroladas no corpo da modelo. Ele refaz essa construção, mas introduz novos elementos, como referências a jaqueta perfecto, com zíperes, couro preto e modelagem. O modelo que Alexandre chama de “vestido Perfecto” é o look 31 e dá para perceber bem a influência.
Com exceção de sete looks, o desfile é preto e branco. São 31 modelos elegantes à sua moda e de rigor técnico. Para se ter uma ideia, havia cinco vestidos no camarim que nem podiam ser pendurados, tamanha delicadeza. Eles estavam esticados em um suporte no chão. “A estampa foi pensada especialmente para a história da faixa, com uma faixa em cima da outra”, diz Herchcovitch sobre um modelo preto e branco (look 18, o mais bonito de todos). Metade da coleção foi construída no corpo das modelos, o que fez com a que a prova de roupa levasse três dias em vez de um, e várias meninas tiveram que retornar ao ateliê mais de uma vez para ajustes.
















                                                                        
                                                                         AMAPÔ















                                                                 JULIANA JABOUR

 Sem um tema pré-definido, a coleção Verão 2013/14 de Juliana Jabour teve como fio condutor uma nova interpretação dos anos 1990, na perspectiva de uma mulher “madura, forte e decidida”. No backstage, antes da apresentação, a estilista destacou uma “preocupação muito grande com a limpeza das formas, que eu acho que mostra um amadurecimento da marca; é uma coleção mais minimalista, longilínea, mais próxima ao corpo”. De fato, é notável a diferença desta com coleções anteriores, especialmente quanto à silhueta, mais alongada e elegante; no lugar de seu recorrente balonê, por exemplo, surge o peplum, forte já há algumas temporadas. Mesmo o tie-dye, leve e discreto, consegue espaço nesta estética mais madura da marca, ao lado dos grafismos em “estampas primas”, como a estilista definiu. (SL)












                                                                           
                                                                            OSKLEN

“O Rio vai viver agora um período longo de festas. Eu acho um luxo viver no Rio de Janeiro nesse equilíbrio do sofisticado com o despojado, mas como são as nossas festas, como é a maneira de se vestir? O que é esse luxo do Rio?”, pergunta Oskar.
A Osklen mostrou justamente esse luxo tropical no qual se tornou especialista e usou as pedras preciosas (tons, lapidações, transparências) como ponto de partida para a modelagem, estamparia e cartela de cores. O resultado, como é recorrente em um desfile da marca, é um bom mix de peças usáveis e com design, que equilibram tecidos nobres e rústicos, looks monocromáticos e estampados. É o equilíbrio entre o despojado e o sofisticado ou ainda, segundo Oskar, “os dois lados de Ipanema: a simplicidade, a cultura da praia e da natureza com a vida cosmopolita dos prédios da Vieira Souto, com todas as suas festas”. E essa festa da Osklen é muito boa. (CY)









                                                          SAMUEL CIRNANSCK

Pitadas orientais têm temperado esta edição do SPFW e é interessante ver como cada marca trabalha essa ideia. Samuel mostra uma coleção inspirada no dia de uma flor, de seu desabrochar, passando por seu esplendor, até o momento em que ela se fecha ou morre. O gancho oriental fica por conta dos ricos bordados e da seda comprada na Índia com as cores mais usadas no país.
Das formas às camadas e recortes, tudo tem a ver com as flores. E os vestidos mostram esse processo com os modelos claros e leves do começo, com forma mais justa, que são as flores em botão; em seguida entram os vestidos com saias volumosas e amplas, em cores fortes, que representam o esplendor; e o final é marcado por silhuetas bem justas em dourado velho “como se a flor estivesse seca, morta”, ele diz. Uma coleção romântica e delicada que posiciona Samuel com cada vez mais força no segmento de festa. (CY)

































Nenhum comentário:

Postar um comentário